1 João 1:9
Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno. Hebreus 4:14-16
E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros:
Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano.
O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: O Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: O Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado. Lucas 18: 9-14
Uma alta imagem errada pode colocar em cheque seu relacionamento com Deus e consequentemente com o seu próximo.
A bem da verdade é que quanto mais eu me relaciono com Deus de forma sincera e integra, melhor se torna minha compreensão de mim mesmo e também das pessoas que estão ao meu redor.
Paulo é um exemplo claro de alguém que ao olhar para Deus sabia reconhecer quem ele era.
Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Rm 7:24
Paulo se considerava um miserável homem, carente das misericórdias de Deus. Dependente da bondade de Deus.
Esta parábola é um alerta para todos nós, onde precisamos refletir no que está fundamentada nossa vida, se na nossa própria justiça, ou na justiça de Deus. Se em nossos méritos, ou nos méritos de Cristo, se em nossa performance, ou na piedade de Cristo.
Verso 9 - E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros:
O sentimento que cobria o coração destas pessoas as quais o Senhor Jesus se referia os faziam agir como se tivessem:
1) Uma grande presunção a respeito de si mesmos e de sua própria bondade. Se colocavam acima dos demais e achavam que poderiam servir de exemplo para todos.
2) Uma grande confiança em si mesmos a ponto de Deus se tornar seu devedor. Se dirigem a Deus para exaltação de si mesmo e não para exaltar ao Senhor.
3) Desprezavam os outros e olhavam para eles com superioridade.
O texto diz que eles se achavam justos. Precisamos tomar cuidado com a imagem que fazemos de nós mesmos, pois determinará como veremos nossos irmãos em Cristo, nossa família, nossos colegas de trabalho, colegas da escola, vizinhos e até mesmo como vemos a Deus.
É impressionante como isso é realidade até mesmo em nossas igrejas, pois as intrigas e contendas na Igreja é produzida pela vaidade do coração do homem.
Temos vivido uma época difícil onde as pessoas se preocupam por demais consigo mesmas e com seus planos pessoais.
O lema hoje é “o que importa é ser feliz”, ou seja, se me satisfaz tudo bem, caso contrário eu não aceito.
Isso tem se transferido para a Igreja. O povo não está querendo pagar o preço em prol do evangelho. Isto significa que os carentes estão perecendo, os ricos estão indo para o inferno, as crianças continuam abandonadas, os jovens estão cada vez mais drogados e isso tem acontecido na nossa frente. O que temos feito? Estamos preocupados conosco, em como ganhar dinheiro. Estamos preocupados com nosso lazer e enquanto isso as pessoas estão morrendo sem conhecerem a Jesus!
Tenho ficado preocupado com nossa geração de jovens. É uma geração que não ora, não lê a Bíblia, que não se envolve com a dinâmica da Igreja.
A oração é o folego que nos é dado por Deus que nos envolve e alimenta nossa vida, é a graça divina que alimenta o pulmão de nossa relação vital com Deus! Valdir Steuernagel
Por conseguinte, é uma geração vulnerável aos prazeres deste mundo.
Uma pesquisa feita nos EUA estima-se que a religião será extinta em 9 países ricos, dentre eles, Austrália, Canadá e Holanda. Na Holanda, em 2050 70% da população não irá seguir nenhuma religião.
Acredito que todo líder de jovens, bem como pastores ficam preocupados quando suas ovelhas não conseguem testemunhar do evangelho a outras pessoas.
Percebo que o problema não está na falta de interesse em compartilhar o evangelho com alguém, o problema está na falta de interesse em desenvolver um relacionamento com o próprio Senhor do evangelho.
Nossa juventude tem ficado enfraquecida por falta de comunhão com Jesus.
Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim.
Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. João 15:4-5
Após Jesus direcionar sua parábola para aqueles que confiavam em si mesmos, Ele nos mostra esta verdade através de dois grupos distintos.
Verso 10 - Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano.
Os fariseus – Grupo muito religioso que ficou conhecido como um grupo que gostava de impor regras, mas eles mesmos não tinham condições de cumpri-las. A maioria deles eram soberbos e arrogantes.
Os Publicanos – eram os cobradores de impostos, vistos pela sociedade como ladrões. Além deles cobrarem impostos altíssimo para o governo romano, eles extorquiam o povo para embolsarem dinheiro. Por isso que Zaqueu, que era publicano, quando foi convertido disse que daria metade de seus bens aos pobres e devolveria quatro vezes mais aqueles que ele havia defraudado.
O texto diz que Ambos foram ao templo para orar. Ao olharmos para estes dois grupos de pessoas, os religiosos têm uma vantagem aos olhos humanos por passar uma imagem, mesmo que seja superficial de pessoas santas.
São pessoas que frequentam a igreja rigorosamente, conhecem a bíblia como ninguém. Gostam de se destacarem em reuniões públicas. Aparentemente são perfeitos.
Já os publicanos não, são estigmatizados como pessoas que não valem nada, corruptos, fraudulentos.
Qual a diferença destes dois grupos? Nenhuma! Ambos precisam da graça e das misericórdias de Deus. O fariseu não entendeu assim e sua oração foi:
Oração do Fariseu:
Versos 11 - O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
Na verdade não podemos considerar essas palavras como uma oração, pois o texto diz que ele orava consigo. A única vez que ele se referiu a Deus foi no inicio, o restante ele se referia a ele mesmo e sua superioridade em relação aos outros.
Sua oração era de engrandecimento próprio e de condenação ao publicano. Todas as qualidades que eram atribuídas a um publicano pela sociedade, aquele fariseu citou e no final deu a sentença “nem ainda como este publicano”.
Verso 12 - Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
A lei estipulava um único jejum, aquele do dia da expiação, mas ele estava além do que se pedia.
A lei estipulava também que o dizimo seria pago sobre certas colheitas.
Verso 13 - O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: O Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
Ao contrario do fariseu, o publicano não se sente digno de estar no templo.
Acredito que ele poderia ter ouvido falar por diversas vezes que o templo é lugar de pessoas dignas. Provavelmente ele escutara dizer que pecadores como ele não poderiam entrar num lugar sagrado.
Um sentimento de inadequação poderia estar sobre seu pensamento naquele momento. Era normal fazer orações olhando para o céu, mas ele não conseguia.
Ao invés de procurar algum tipo de bem em si mesmo, ele começa a bater em seu peito e pede as misericórdias de Deus sobre sua vida!
O termo batia no peito, no grego denota uma ação continua, ou seja, ele batia sem parar afirmando sua condição diante de Deus.
Todos nós precisamos olhar para atitude deste publicano e compreender que não somos nada e não temos nada a oferecer.
A forma como nos apresentamos a Deus define a maneira como estamos vivendo nossas vidas.
Este publicano estava em completa agonia pela sua situação.
As pessoas não estão mais preocupadas em chorar pelas suas faltas. O distanciamento de Deus faz as pessoas ficarem insensíveis em relação ao pecado.
Assim como é equivocado ter uma imagem errada de si mesmo, é completamente prejudicial quando não nos relacionamos sinceramente com Deus.
Nesta noite me pus a pensar em minha indiferença em relação àqueles que por qualquer motivo param de falar comigo, ou então, pessoas que são difíceis de lidar, com isso o relacionamento fica desgastado. Tal sentimento brota também em relação aqueles que caminharam comigo por um tempo, mas por conta de suas opções ideológicas, o relacionamento ficou impróprio. O alvo não é mais o mesmo.
Em conversa com um pastor amigo, ele estava bastante magoado e descontente e por que não dizer solitário, pois de onde se espera apoio, se recebe bofetadas. Ele estava compartilhando sua dor por conta daqueles que estão em sua Igreja e com cargos de liderança, porém não caminham junto batalhando em prol das coisas do reino.
As vezes até lutam, mas contra. Estes para mim tem algum espírito, mas não é o de Deus! E tais pessoas não estão só numa Igreja, estão espalhados por aí a fora tentando disseminar discórdia e contendas entre os irmãos.
Me ponho a escrever neste momento na verdade como um desabafo a Deus por me encontrar distante do ideal de amor que Jesus nos ensina em sua santa Palavra.
Ora, antes da festa da páscoa, sabendo Jesus que já era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, como havia amado os seus, que estavam no mundo, AMOU-OS ATÉ O FIM. João 13:1
No verso 2 vemos o texto declarando que o diabo havia posto no coração o desejo de trair a Jesus.
E no verso 5 vemos Jesus depositando água em uma bacia e lavando os pés de TODOS os discípulos, inclusive os pés de Judas.
Jesus amou Judas!
Como me sinto pequeno e insatisfeito com minha própria conduta. O sentimento de inadequação toma meu coração, pois sei que Jesus requer de mim o mesmo sentimento que Ele teve. Filipenses 2 já nos adverte a termos o mesmo sentimento que houve em Cristo.
A tendência humana é sempre ser indiferente em relação às pessoas. Jesus demonstra um amor incondicional, mesmo sabendo que Judas iria traí-lo Ele se coloca em posição de humildade.
Senhor, me torna humilde para eu poder me parecer contigo e amar as pessoas não sendo indiferente a elas.
O evangelista Lucas nos relata no capitulo 15 uma “trilogia” de parábolas, onde a ênfase que Jesus dá é no retorno daqueles que estão perdidos. Por duas vezes é repetido a frase: “Há alegria no céu por um pecador que se arrepende”. Vemos o relato da parábola da ovelha perdida, onde no meio de cem ovelhas, uma se perde e seu dono vai a procura até encontra-la. A parábola da dracma perdida que é procurada até ser encontrada também e temos a parábola no filho pródigo que abandona o seu lar, a segurança de seu pai, o conforto de sua família para se aventurar mundo a fora e após ter gasto todo seu dinheiro e passar por necessidades, ele se arrepende e volta para sua casa. Seu pai o recebe de braços abertos, vestes novas são providenciadas, o anel da família, sandálias e o pai promove um grande banquete para festejar o retorno do filho.
O que era para ser uma alegria total, para o irmão mais velho se torna num pesadelo. Temos no relato em Lucas que o irmão mais velho não fica satisfeito com o retorno de seu irmão, a partir desta insatisfação, gostaria de refletir sobre reflexos da atitude deste irmão que encontramos dentro do nosso coração.
1) Ele se sentiu indignado (verso 28).
Quero lhe chamar à atenção para esse sentimento que vez por outra sonda nosso coração, a indignação.
Geralmente ficamos indignados quando passamos por situações que nos prejudica, ou então, quando vemos algum tipo de injustiça. Precisamos cuidar do coração, pois a indignação pode ser a ponta do iceberg, externando o que pode estar escondido no coração, aquele sentimento de justiça própria.
2) Ele se sentiu inferiorizado (verso 29).
O texto diz: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos;
O sentimento que ele nos mostra neste momento é de menosprezo. Temos uma tendência a nos compararmos com as pessoas e vez por outra questionamos porque alguns tem direitos há determinados benefícios e nós não.
3) Ele se sentiu ameaçado (verso 30).
O texto diz: Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado.
Após o irmão mais novo gastar todo dinheiro de sua parte da herança, o mais velho se sentiu ameaçado. Ele agora faz uma grave acusação. Acusa o irmão de ter gasto o dinheiro com meretrizes. Todas as vezes que nos sentimos ameaçados, temos uma tendência de nos proteger, com isso as acusações começam a fazer parte de nossa conduta. Acusamos quando não temos coragem de assumirmos o orgulho que há em nosso coração.
Após vermos estes sentimentos neste filho mais velho, não podemos deixar de ressaltar a atitude do pai. O mesmo pai que foi ao encontro do filho mais novo, é o mesmo que vai ao encontro do mais velho para reconciliá-lo a família.
Como diz o Pr. Antonio Carlos (Presbiteriana da Barra) esta parábola deveria ser chamada da Parábola do amor do pai. A paternidade de Deus nos ajuda a nos sentirmos acolhidos por um Pai que nos chama de filhos. Nossas carência e necessidades são supridas por um Deus que é Pai.
Que reconheçamos os sentimentos pecaminosos que possam estar em nosso coração e sobre tudo, sejamos confortados pelo amor paterno de nosso Deus.